quarta-feira, 17 de julho de 2013

Divórcio é pior para a relação entre pais e filhos quanto mais nova for a criança


Ainda de acordo com novo estudo, crianças tendem a, no futuro, ter uma pior relação com quem não ficou com a sua guarda — na maioria dos casos, o pai

Um divórcio pode afetar de forma mais negativa a relação entre pais e filhos caso ele aconteça nos primeiros anos de vida da criança. De acordo com um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, filhos que passam por essa experiência quando são mais novos tendem a ter um relacionamento mais instável com seus pais na vida adulta do que as crianças que enfrentam uma situação de divórcio mais tarde. Ainda segundo a pesquisa, o impacto negativo de um divórcio pode ser menor na relação do filho com quem ficou com a sua guarda. O trabalho foi publicado neste mês no periódico Personality and Social Psychology Bulletin.

Em uma primeira fase do estudo, os pesquisadores analisaram os dados de 7.735 pessoas que haviam participado de um estudo sobre personalidade e relacionamentos próximos com outros indivíduos.
Cerca de um terço desses participantes tinha pais divorciados. Os autores descobriram que essas pessoas apresentaram maior propensão do que as outras a considerar seu relacionamento com os seus pais como instável. Isso foi mais forte entre os participantes que tinham entre três e cinco anos de idade quando o divórcio aconteceu do que os que eram mais velhos no momento da separação. O estudo também concluiu que esse impacto negativo do divórcio é maior sobre a relação de um filho com seu pai do que com sua mãe.
Segundo Chris Fraley, que coordenou o estudo, enxergar a relação com os pais como instável diminui a confiança que um filho deposita em seu pai ou sua mãe nos momentos em que precisa deles. O pesquisador acredita que esses resultados são importantes pois mostram que o divórcio não afeta todos os relacionamentos que o filho terá na vida adulta, mas sim certos aspectos de determinadas relações.
Buscando explicações A segunda etapa da pesquisa foi feita com de descobrir o motivo pelo qual o divórcio parece afetar mais a relação do filho com o pai do que com a mãe. Os pesquisadores queriam saber se essa diferença estava ligada ao fato de, após o divórcio, ser mais comum que a guarda da criança fique com a mãe.
Para isso, Fraley e seu grupo repetiram a análise em outras 7.500 pessoas cujos pais haviam se divorciado. Dessa vez, os autores pediram aos participantes que dissessem quem – o pai ou a mãe – ficou com a guarda do filho depois da separação.
A maioria dos participantes (74%) disse que ficou com a mãe depois da separação. O restante passou a morar com o pai, avós ou outros responsáveis. Os pesquisadores descobriram que uma pessoa é mais propensa a ter uma relação de insegurança com seu pai caso vá morar com a mãe depois do divórcio. E, por outro lado, uma relação de segurança entre pai e filho é mais provável de acontecer caso eles passem a morar juntos após a separação. O mesmo vale para as mães.
No artigo, os autores escreveram que o estudo sublinha o fato de que "algo tão básico como a quantidade de tempo em que uma pessoa passa com seus pais" possa moldar a qualidade da relação entre pais e filhos.
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