segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A paz de Deus excede toda a inteligência – Eckhart Tolle


Existem muitos relatos de pessoas que vivenciaram essa nova dimensão emergente da consciência como resultado de uma perda trágica em determinado momento de sua vida.
Há quem tenha perdido todos os bens, os filhos ou o cônjuge, a posição social, a reputação ou a capacidades físicas. Em certos casos, em decorrência de desastres ou guerras, tudo isso se foi ao mesmo tempo e esses indivíduos se viram com “nada”. Podemos chamar um quadro como esse de situação-limite. Não importa com que elementos essas pessoas estavam identificadas, o que lhes dava a percepção do ser, isso se acabou. Então, de repente e inexplicavelmente, a angústia e o medo intenso que elas sentiam desapareceram, dando lugar ia sensação sagrada da presença, uma paz e uma serenidade profunda e uma completa libertação do medo.
Esse fenômeno deve ter sido familiar a São Paulo, que usou a expressão “a paz de Deus excede toda a inteligência”. Na verdade, é uma paz que não parece fazer sentido, e quem já passou por essa experiência se pergunta: diante disso, como é possível que eu sinta tanta paz?
Depois que compreendemos o que é o ego e como ele funciona, a resposta é simples. Quando as formas com as quais nos identificamos, que nos dão a presença do eu desmoronam ou são removidas, o ego entra em colapso, uma vez que ele é a identificação com a forma. No momento em que não há mais nada com que possamos nos identificar, quem somos nós? Assim que as formas ao nosso redor morrem ou quando a morte se aproxima, nossa percepção da Existência, do “eu sou”, fica livre das ligações com a forma: o espírito é liberado da sua prisão na matéria.
Passamos a compreender nossa identidade essencial como informe, como uma presença onipresente do Ser antes de todas as formas, de todas as identificações. Entendemos nossa verdadeira identidade como a consciência propriamente dita em vez de algo ao qual a consciência se vinculara. Essa é a paz de Deus. A verdade suprema de quem nós somos não é “eu sou isso ou eu sou aquilo”, mas “eu sou”.
Nem todo mundo que vivencia uma grande perda passa por esse despertar, isto é, pelo processo de se desassociar da forma. Algumas pessoas criam de imediato uma forte imagem mental ou uma forma de pensamento em que se vêem como vitimas – das circunstâncias, de alguém, de um destino injusto ou de Deus. Assim, vinculam-se com intensidade a essa forma de pensamento e às emoções que ela origina, como raiva, ressentimento e auto-piedade, que assumem de modo instantâneo o lugar de todas as outras identificações que entraram em colapso por causa da perda.
Em outras palavras, o ego logo encontra uma nova forma. E o fato de que ela seja algo profundamente infeliz não o preocupa muito, desde que ele tenha uma nova identidade, boa ou má. Na verdade, esse novo ego será mais retraído, mais rígido e impenetrável do que o antigo.
Quando a perda trágica ocorre, nós ou resistimos a ela ou nos resignamos. Há pessoas que se tornam amargas ou muito ressentidas, enquanto outras se mostram mais solitárias, sábias e afetuosas. A resignação significa a aceitação interior do que aconteceu. Ficamos abertos à vida. A resistência é uma contração interior, um endurecimento da concha do ego. Permanecemos fechados. Seja qual for a ação que adotemos num estado de resistência interior (que podemos também chamar de negativismo), ela criará mais resistência externa, e o universo não estará do nosso lado. A vida não nos beneficiará. Se as persianas estiverem fechadas, o sol não conseguirá entrar.
Quando nos submetemos internamente, ou seja, no momento em que nos entregamos, uma nova dimensão da consciência se abre. Caso uma ação seja possível ou necessária, essa atitude será alinhada com o todo e apoiada pela inteligência criativa, a consciência incondicional com a qual nos unificamos num estado de receptividade interior. As circunstâncias e as pessoas então se tornam favoráveis, cooperativas. Coincidências acontecem. Se nenhuma ação for possível, repousaremos na paz e no silêncio interior que acompanham a resignação. Descansaremos em DEUS.

sábado, 28 de setembro de 2013

Satori – Eckhart Tolle


Os mestres Zen usam a palavra Satori para descrever um momento de insight, um momento de mente vazia e presença total.
Embora satori não seja uma transformação duradoura, agradeça quando ele surgir porque terá uma amostra da iluminação.
Isso já pode ter acontecido muitas vezes, sem que você soubesse o que significava e como era importante.
A presença é necessária para tomarmos consciência da beleza, da majestade, do aspecto sagrado da natureza.
Você alguma vez contemplou o espaço infinito em uma noite clara, estarrecido por sua calma absoluta e incrível vastidão? Já escutou, de verdade, o som de um riacho numa noite na floresta? Ou o som de um melro ao cair da tarde em uma tranquila tarde de verão?
Para perceber tudo isso a mente tem que estar serena.
Você tem de se despojar por um momento da sua bagagem pessoal de problemas, do passado e do futuro, e também do seu conhecimento.
Do contrário, você olhará mas não verá, ouvirá mas não escutará.

Estar totalmente presente é fundamental.
Existe algo mais sob a beleza das formas externas. Algo que não pode ser nomeado, que é inefável, uma essência profunda, interna e sagrada.
Onde quer que exista a beleza, essa essência interior brilhará de alguma forma. Ela só se revela quando estamos presentes.
Será possível que essa essência sem nome e a sua presença sejam coisas idênticas e uma coisa só?
Será que a essência estaria lá sem a sua presença? Vá fundo nisso.

Descubra por si mesmo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O ‘realizador’ egoico da verdade suprema – Mooji


Às vezes eu me encontro com seres que dizem que já realizaram o Ser. Eles acreditam ou afirmam que conhecem e compreendem a Verdade. Eles dizem que percebem isso, sentem e estão convencidos de que é o que eles são e assim por diante. No entanto, muitas vezes, aqui é percebido que a mente leva e entrega este entendimento e compra ainda mais vida como o ‘realizador’ egoico da verdade suprema. Consequentemente, a realização não é batizado no coração e uma chance real de liberdade gradualmente desaparece.
Portanto, esses seres podem reter o seu sentido de pessoalidade, sem saber. Alguns até editam as minhas palavras de modo a se encaixar em suas inclinações pessoais, projeções e fantasias espirituais, mas eu quero queimar tudo isto de modo a que eles alcancem a verdadeira liberdade.

O que falamos aqui é a transcendência autêntica entende? Um tem que superar a hipnose do condicionamento pessoal. Eles têm que estar livres da influência psicológica da mente. Eu não quero dizer que você deve “parar” a sua mente, mas em vez disso, concentrar-se na testemunha de mente. Portanto, tem que ser uma transcendência autêntica, não um despertar de Hollywood.
Às vezes eu digo que não quero ou anseio por sua companhia. Você cria muito barulho mental. Há muitas relações acontecendo dentro de sua mente. Sua representação de si mesmo mentalmente, emocionalmente, fisicamente não são expressões autênticas do Ser. Tal identidade localizada, não é suficiente a este nível de entendimento, compreensão ou, poderíamos dizer, auto-conhecimento.

Então, o que tem que acontecer?
Você tem que ser Isso.
Como é que você vai ser Isso?
O “você” que você julga ser, não pode ser isso. Ser não é um verbo, uma ação que você irá tomar. É um despertar, um reconhecimento tão profundo que muda a orientação da sua mente de imediato e de forma irreversível. Conforme a verdadeira compreensão assuma, será uma experiencia que mudará sua vida.
É como se eu estivesse dizendo para você fazer alguma coisa que ‘você’, como ego não pode fazer.
Sua mente não pode fazê-lo, mas é exigido que você reconheça e seja Isso que você é.
Você tem que estar aberto para expor o que não está ao serviço de sua verdadeira natureza. É o aspecto mais alto do meu trabalho, orientação ou ensinamento e é mais como uma correspondência energética, não apenas verbal.

Deixe o falso ser exposto e completamente queimado. Às vezes, o caminho até essa plenitude, esse reconhecimento, é que tudo o que é falso é rejeitado, uma vez que seja reconhecido como falso, seja por você ou por mim.
E você pode estar pensando, ‘Oh meu Deus, eu realmente pensei que estava chegando a algum lugar! Isto é tão desanimador “… e assim o seu mundo parece que está virado de cabeça para baixo. Não desanime, em vez disso, mantenha uma atitude de gratidão.
É a sua boa fortuna que o seu ‘mundo’ está sendo esmagado. Eu mesmo não tenho um mundo. Deixe o seu de cabeça para baixo de modo a que o que é verdade em você possa revelar-se e começar a desenrolar-se na sua expressão autêntica como verdadeira vida e ser.
Graça está ajudando você em todos os sentidos. Confie nela. Diga: “Sim, eu estou aqui, remova este sentimento de separação, esta arrogância de separação e funda-me em ti, oh Deus, oh Universo, Ser, Verdade, Vida. Não me dê nenhuma técnica.
Absorva-me. Substitua-me por Você. ”
E finalmente: Confie no seu mestre.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Encontrar a verdade - Mooji


Você diz que quer encontrar a verdade, que tudo o que você quer agora é liberdade, mas que é tão difícil. Então agora eu lhe pergunto: Quem está falando aqui?
Quem está falando em seu nome? Isso é realmente você?
Pode ser a Verdade que está dizendo tudo isso?
Aquele que tenta chegar lá, essa voz, ninguém questiona …
Algo está dizendo: ‘Eu estou tentando, eu estou tentando e eu simplesmente não consigo encontrá-la. ”
Mas há consciência dessa voz, entende? É observada.
Na fase final da investigação, essas vozes aparecem como os últimos guarda-costas desta casa de vidro do ego, este palácio de cristal. Mas elas também são observadas.
Aquele que diz: “Tudo o que eu quero é ser essa consciência”,
e todo mundo diz: “Assim como nós.” não é tudo isso observado?
E a partir de onde é observado e por quem?
Respostas verbais ou mentais não servem. Respostas são observadas também.
As perguntas são também observadas.
Ações são observadas.
O desejo é observado.
Corpo é observado.
A sensação de estagnação é observada.
Sensação de “branco” é observada.
“Eu” também é observado.
Eu poderia continuar e continuar.
Que significa o quê?
Você tem que estar evoluído o suficiente para reconhecer e confirmar que o Observador não é nada tangível, nada fenomenal. O que você está esperando que aconteça? O que você está á espera? Seja lá o que isso for ou que poderia ser, irá isso ser observado?